Cultura

Crítica: St. Vincent no Lollapalooza

Show começou com falha no som logo na primeira música
St. Vincent se apresenta no primeiro dia do Lollapalooza Foto: Divulgação
St. Vincent se apresenta no primeiro dia do Lollapalooza Foto: Divulgação

No começo, um pecado. O som sumiu quase que completamente durante "Bring me your loves", primeira música de St. Vincent no Lollapalooza 2015, realizado neste sábado, no Autódromo de Interlagos, em São Paulo. Mas a cantora e guitarrista americana (nome real, Annie Clark) deu várias voltas por cima ao longo do seu enxuto show de 11 músicas e acabou fazendo uma das melhores apresentações do primeiro dia do festival. Sua estratégia de superação foi através do velho slogan: menos é mais, muito mais.

Com visual classudo (toda de preto, com maquiagem azul em torno dos olhos) e som minimalista, ela "desencapou" fios aparentemente soltos - o som progressivo do King Crimson, a new wave do Devo e o art rock dos Talking Heads - para criar uma ligação absolutamente pessoal em faixas como ˜Rattlesnake"e "Digital witness. Expressiva e teatral, cantou impecavelmente, dançou estranhamente e usou seu quarto álbum solo, homônimo, como base para voar com solos certeiros e afiados, que traziam a marca de mestres como Robert Fripp e Adrian Belew. No final, após um elétrico contato entre ela e o público na frente do palco, a consagração de uma bela e improvável guitar-hero, St.Vincent tem a força. E que força estranha.

Cotação: Bom